अ Forçअ दो Tempo

Escrever assim vai ser fácil...

Minha mãe teve um daqueles surtos de arrumação, tão perculiar as mulheres de minha família e encontrou a "fotografia de um momento da minha vida".

Em 2005, vendi todos os meus queridos e amados livros, lembrança que não faço muita questão de ter, fruto disso sobrou uma estante vazia com um adorável espaço com chaves, onde guardei coisas que julgava importante, mas que não necessariamente precisavam estar perto de mim. Eram os meus projetos de vida e de um futuro próximo.

Estava lá o roteiro da minha vida, quero dizer, o que fiz para minha viagem ao Egito: hotel, locais turisticos, dicas sobre como se vestir, o que comer, como guardar o dinheiro e como gastá-lo; estava a minha auto escola paga e os planos para comprar um carro; projetos para a minha sobrinha, o pagamento da previdência privada, textos para um livro, fotos de amores antigos que deveriam ser esquecidos, contas a pagar, um mapa da europa e poucos livros com assuntos específicos sobre meus interesses da época: egito, lingua inglesa e filosofia. Percebe-se que era um pacote de uma pessoa decida a seguir em frente, sem aquele esteriótipo da muler-que-casa-tem-filhos-e-não-tem-mais-nada-na-cabeça.

Pois é..

Pois é...

Nessa época trabalhava numa ONG, conheci pessoas admiráveis para o bem e para o mau e comecei a flertar despretenciosamente um rapazinho do trabalho.

Quase quatro anos depois, troquei todos os planos pelo "live happily after ever plan". Although I already knew there is no such thing and there we are.

Eu tenho uma teoria: ficamos prontos quando desistimos de lutar contra a nossa natureza. Deixe ser quem você é. Quando a gente gasta muita energia tentando demais se encaixar, não tem tempo de ..como é aquela palavra..contemplar. É isso ..contemplar suas realizações.

Há dias que estou preocupada, angustiada, pensativa, triste, mergulhada na maior escuridão e achei que o motivo era a vida não estar correndo na velocidade e nem na direção que eu esperava. Eu, quem?

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Vou copiar algumas coisas que escrevi em 2002. A prática leva a perfeição e quero me reencontrar, me distanciar e me redescobrir e finalmente aquietar e deixar a natureza tomar conta.