Cheguei a dissipar de meu espírito o último traço deesperança humana.
Num salto surdo de animal feroz,pulei sobre cada alegria para estrangulá-la.
Convoquei verdugos para, agonizando, abocanhar-lhesa coronha dos fuzis. Invoquei flagelos, para me sufocarnos areais, no sangue.
Fiz da desgraça um deus. E meespojei na lama.
E me estendi a secar na aura do crime.
E andei pilheriando com a loucura.A primavera trouxe a mim o riso horrível do idiota.Mas, como estive ultimamente à beira de lançar meuderradeiro vômito ! pensei em reaver a chavedo festim antigo, para nele recuperar a fome.
A chave se chama caridade.
-Essa inspiraçãoé prova que sonhei !" Sempre hás-de ser hiena, etc...", reclama o demônioque me coroou de papoulas tão sutis.
"Conquista amorte com todos os teus apetites, com teu egoísmoe todos os pecados capitais ".Ah ! que mais não pude : - Porém, caro Satan, eu vosconjuro, um cenho menos carregado ! e à espera deminhas pequenas covardias em atraso, arranco paravós que apreciais no escritor a ausência de facul-dades descritivas ou instrutivas - estas páginasodientas de meu caderno de maldito.
domingo, novembro 26, 2006
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