Acabo de ler no blog da minha querida amiga, que não deseja se identificar, que ela se sente perdida. Eu poderia ter escrito palavra, por palavra exatamente o mesmo texto.
Poderia enumerar vários casos parecidos com os nossos. Pessoas que sabem onde estão seu norte e mesmo assim decidem por caminhos que as levam cada vez mais para longe do ponto de chegada. Nosso alento comum é sabermos para onde queremos ir e nosso tormento é que não nos livramos das imposições culturais, sociais e todos os nossos pequenos medos para podermos alçar um vôo em direção da barreira que julgamos intransponível chamada ROTINA.
Se pudéssemos simplesmente pular algumas páginas desses capítulos, talvez fosse mais fácil chegar ao fim.
Talvez.
Eu não sou uma admiradora do Paulo Coelho, mas reconheço que ele fez um excelente compêndio de grandes coisas ditas e uma delas é ..O QUE IMPORTA É O CAMINHO.
Viver é uma experiência cheia de paradoxos (Vide Nota 1) e paradigmas que não conseguimos superar. Pq não conseguimos? Pq?! Pq?!
Usando a lógica:
O que eu prezo na minha vida? Eu poderia dizer q são meus familiares, amigos e daí iria partir para gatos e sabe Deus o que mais..
Resumidamente..prezo aquilo que amo, o que sou, a natureza em sua forma mais primitiva, a caridade e o conhecimento.
Admiro o que é belo, cheiroso e que transmita paz.
Então.. que raios eu estou fazendo em um ambiente que não preza nada disso?! Pq raios eu não dedico a maior parte do meu tempo em estar próxima das coisas que eu prezo, contribuindo para que o mundo tenha mais daquilo que eu acho importante e valioso e menos daquilo que eu abomino??
Meus filhos, se é que eu os terei, viverão em um mundo pior do que eu conheço e não se darão conta disso. Se eu não fizer nada agora, eles serão compelidos a estudarem e trabaharem pelos motivos errados.
SER deveria ser mais importante do que TER. Na minha ignorancia humana, estou sempte adiando as minhas possibilidades, mantendo-as as trancadas no campo dos sonhos, onde não corram o risco da decepção e da apatia.
Talvez por isso que queiramos ter filhos,.. acho que em nossos devaneios, percebemos o quão fugaz nossa vida é e que temos que aumentar a nossa possibilidade de fazer tudo aquilo que deixamos p/ trás. Somos uma raça desumana, que cria filhos com metas de serem melhores do que somos, sem termos deixado entretanto, os exemplos.
Sou incapaz de ver uma pessoa com fome e não me sensiblizar. Minha mãe é totalmente assistencialista e toma para si as dores do mundo.
Sou incapaz de olhar um carro velho e não achá-lo maravilhoso. Meu pai é profundo admirador e conhecedor de carros antigos.
Que sementes poderei eu dar aos meus filhos?
Vou mudar um pouco as minhas metas.
1- Passar tempo de muita qualidade com aqueles que eu amo: Ouvindo-os, entendendo-os, aprendendo com eles, motivando-os a encontrarem suas verdades;
2- Ajudar o meio ambiente, começando pela minha casa, depois pela minha rua, quem sabe indo para o meu bairro. Atingindo esse nível, pensar nos próximos.
3- Aprender sobre um assunto novo a cada dia, ou um pouquinho mais sobre um assunto que me auxilie nas metas 1 e 2.
4- Ser mais tolerante comigo, com os outros e com o senso coletivo de velocidade de transformação do mundo.
5 - Ser fiel ao futuro que projeto agora e tratar dessas metas como se fosse uma gestação.
Nota 1: Exemplos de Paradoxos!
Paradoxo do controle: O homem nunca pode estar livre de controle já que ser livre de controle é ser controlado por si mesmo.
Paradoxo do hedonismo: Quando alguém persegue a felicidade, esse alguém é miserável; mas, quando alguém persegue outro objetivo, ele atinge a felicidade.
Paradoxo dos gêmeos: Quando um gêmeo que saiu de viagem retorna, ele está mais novo do que o seu irmão que ficou.
domingo, junho 17, 2007
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